Energia Renovável no Brasil - 2021-2025
Em uma combinação de políticas inspiradas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a eclosão da pandemia, o mundo deve testemunhar o fim da segunda década do século XXI com níveis mais baixos de emissão de carbono.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), o volume de emissões bateu recorde em 2019 com 35 giga-toneladas, enquanto as projeções de janeiro da agência indicam que o mundo expeliu 27 giga-toneladas para a atmosfera em 2020. Existe também uma onda de consciência verde entre os grandes operadores financeiros, o que levou a IEA a estimar mais de US$ 2,7 trilhões de investimentos em energia limpa até 2030.
A gestora de ativos Blackrock estima que os fundos que atendam a pelo menos um dos pilares do conceito de Meio Ambiente, Social e Governança (ESG) devam representar 40% do portfólio global até 2024. Além disso, a onda verde deve ganhar mais um impulso, após Joe Biden ter recolocado os Estados Unidos no Acordo de Paris em sua primeira medida como presidente dos EUA em janeiro de 2021.
A transição energética é uma realidade e o Brasil finalmente acordou para seu potencial de energia renovável no século XXI, após o predomínio das hidroelétricas desde a década de 1970. Desde 2017, o governo federal tem conduzido uma ampla e consistente agenda de leilões de energia elétrica, favorecendo principalmente os projetos eólicos e solares. A energia solar está avançando principalmente devido as promessas de economia para a classe média-baixa da população.
Os fornecedores de painéis solares residenciais começaram a trabalhar com bancos e instituições financeiras para facilitar o acesso aos dispositivos, cuja instalação completa tinha um custo médio de BRL 15.000 em 2020. A geração por biomassa é uma outra grande oportunidade para o Brasil liderar a revolução da energia limpa.
Porém, o país segue lutando contra problemas sanitários e regulações complexas. Mesmo com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) em 2010, cerca de 40% dos resíduos sólidos urbanos recolhidos ainda são destinados para lixões irregulares a céu aberto. A biomassa extraída do lixo urbano, se tratada de maneira adequada, é capaz de gerar eletricidade suficiente para abastecer o estado de Pernambuco (cerca de 3% do consumo total), segundo uma coalizão empresarial que reúne representantes do setor do biogás, cimento e limpeza pública.
A energia limpa deve estar entre as prioridades da política pública do Brasil, não apenas como geradora de emprego e renda, mas também como alternativas aos crescentes riscos hidrológicos – especialmente no Sudeste – que o país vivencia desde 2013. As hidroelétricas ainda são relevantes para a geração nacional, mas a expansão descoordenada dos municípios está pressionando os principais reservatórios, que em sua maioria foram construídos quando a população brasileira não era maior que 100 milhões. A energia renovável pode ser, independente da fonte, uma questão de sobrevivência para o país.
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